Falar por falar

Não gosto de pessoas que falam da boca pra fora por dois motivos. Primeiro porque tautologias (ou pleonasmo se preferirem) não me agradam, segundo que essa prática é uma falta de respeito com os interlocutores.

Tautologia sim! Se alguém fala é da boca pra fora, pois o contrário, da boca pra dentro, não seria fala, seria, se muito, um resmungo, coisa menos irritante já que expressa uma emoção real, verdadeira, mesmo que chata.

Não somos obrigados ouvir coisas desimportantes, especialmente quando a fala é sem força de realização. Explico: Já ouvi um “eu te amo” sem cabimento, já penei por esperar alguém que marcou um compromisso e atrasou, ou simplesmente não compareceu porque “Ah, era sério!?” Ora, ora, o indivíduo é tão desrespeitoso consigo que não consegue manter a própria palavra. Dessa forma, não me atrevo imaginar que esse mesmo ser respeita outras pessoas.

Há tempos não se pode confiar mais nos dizeres de qualquer pessoa, confio apenas nas atitudes, as ações são espelhos de sentimentos. Se ouço algo, espero que isso se realize no plano físico antes de acreditar na fala alheia. Se gosto disso? Claro que não! Mas a desconfiança geral veio junto de gerações que têm letras para serem identificadas (X, Y, Z...)

Em dicionário de frases prontas, li que o termo falar da boca pra fora quer dizer que o falante não diz o que realmente pensa. Mais um motivo para eu não gostar desse tipo de fala: a pessoa fala sem pensar? Como é possível se o cérebro comanda tudo? Pra mim, essa explicação quer dizer que a pessoa mentiu, fala o que não acredita ser verdade. Reparem que não disse, ainda, sobre a pessoa, apenas sobre a ação de falar ou não falar verdades ou mentiras.

Mas então, por que fala? Para deixar o interlocutor feliz? Para não magoar? Na minha opinião, tudo se resume em falta de respeito ao próximo e a si mesmo. Se fico triste com isso? Fico, claro! A autenticidade e honestidade que habitam em mim brigam com os pós-modernos que falam sem pensar. São burros? Óbvio que não! Se acham espertos por conseguir golpear alguém. Não entendo essa busca incessante pelo não ético.

Seriamente, tento ao máximo me adequar a isso tudo e sei que vocês, leitores honestos e de princípios, também. É difícil aos bons, e hilário aos maus, lerem esse texto, e garanto que para produzi-lo foi bastante chato. Caio nos golpes que as pessoas de boa vida insistem em produzir para complicarem a vida. Mas valor e princípio, esses não caem aqui não.

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2021